sexta-feira, 28 de novembro de 2008
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Caxias do Sul é campeã nacional de mais um índice, divulgado segunda-feira pelo Ministério do Desenvolvimento Social, o IDF, Índice de Desenvolvimento Familiar. Traduzindo, significa que Caxias do Sul é a cidade do Brasil onde os pobres são menos pobres.
O IDF leva em conta o grau de analfabetismo, número de pessoas formalmente empregadas, circulação de dinheiro e condições de moradia. Na foto, feita pelo jornalista Régis Vargas, no entanto, as canalizações para a revitalização do Arroio Tega, deixadas no bairro Vale da Esperança, zona oeste da cidade, atraem moradores de rua, que improvisam um dormitório.
O melhor desempenho entre as cidades brasileiras nos aspectos analisados informa que os moradores de Caxias estão mais aparelhados do que os do resto do país para a árdua tarefa de matar um leão por dia. Pode ser, sim, apesar da foto, sempre será necessário frisar.
Esses índices todos, que, em geral, colocam o município e a Serra sempre em posições de liderança, sugerem que Caxias é uma cidade que funciona. Esta tem sido a preocupação maior das administrações e de suas lideranças, fazer a cidade funcionar, em seu conceito mais utilitarista, mas também de resposta às necessidades individuais das pessoas. Não é à toa, portanto, que os investimentos no trânsito são preferenciais, afinal, para funcionar, a cidade tem de fluir. Assim é que o morador tem à disposição mecanismos e serviços, na estrutura e na rede de saúde, por exemplo, que estão bem acima da média de outras cidades. Isso é inegável e bom.
Mas, ao mesmo tempo, Caxias é uma cidade que corta árvores, não dá a mínima importância ao pedestre, onde as opções de lazer são escassas e engatinham, o que tem sua lógica dentro da concepção de uma cidade que precisa funcionar. Árvores e pedestres são seres de menor importância na mecânica da cidade, pode-se dizer um estorvo.
A cidade que até certo ponto funciona, como se vê, ainda está longe de ser uma cidade humana